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Um espaço de análise econômica, antropológica e social

segunda-feira, 8 de março de 2010

As Teorias de Raul Prebisch sobre o desenvolvimento e a exportação

Raul Prebisch nasceu na Argentina, em 1901, formado em economia ocupou funções e cargos chaves no governo do seu país, tais como professor universitário diretor e fundador do banco central, e ministro das finanças (fazenda).

Com experiência adquirida, Prebisch desenvolveu novas alternativas as teorias econômicas vigentes, pois segundo ele as teorias clássicas e ate mesmo neoclássicas, que fundamentavam as políticas de relação comercial entre os países do primeiro mundo e os países do terceiro mundo, contribuíam cada vez mais para o aumento do fosso entre os países do primeiro mundo e os países do terceiro mundo.

Raul Prebisch defendia uma política protecionista, com uma maior intervenção do governo no que tocava a proliferação de investimentos incentivadores de uma industrialização moderna e progressiva, defendia também uma política comercial nacional fortificada com barreiras aduaneiras e subsídios que protegem e incentivam a produção interna.

Por volta de 1948 Raul Prebisch transferiu-se para CEPAL, onde difundiu com maior expansão as suas idéias, tendo iniciado a linha estruturalista do pensamento econômico para America Latina, e colaboração com o brasileiro Celso Furtado criaram alinha de pensamento econômica conhecida hoje como a escola econômica Cepalinna. Expandindo as suas teorias Prebisch acreditava que o desenvolvimento em bloco seria mais fortificado e vantagioso, se as restrições de importação seriam alargadas em todo o bloco para os produtos vindos de países do primeiro bloco(primeiro mundo) e atenuadas para os países da região, sugerindo assim a criação de uma zona comercial livre para os países do terceiro mundo (concretamente na America Latina). Prebisch destacava as vantagens de um país importar de quem compra igualmente seus produtos, podendo deste modo os dois países praticarem um comercio justo (no caso razoavelmente) excluindo a necessidade do país menos potente economicamente ser obrigado a baixar o preço da matéria prima que vende para o país importador com maior poder econômico, a titulo de exemplo as dividas que eram contraídas pelos países da America latina através da compra de equipamentos pesados, equipamentos militares, e aquisição de créditos, vinham com encargos de pagamentos bastante altos, e os países importadores e credores não aceitavam o pagamento das dividas dos países pobres com exportações de produtos especializados (agrícolas,matérias primas,minerais, entre outros).

O foco da teoria desenvolvimentalista cepalina consistia na substituição gradativa e progressiva dos bens importados, através da industrialização e o desenvolvimento estrutural bem como o combate a especialização econômica de um país num determinado produto ou segmento econômico; sendo para isto necessário a implementação de políticas distintas que conduzem para uma independência dos países do primeiro mundo através de intervenções ou um freio gradativo nas exportações de produtos primários (característico do primeiro mundo) para o primeiro mundo, desenvolvendo internamente uma demanda e proteção para o mercado.

Para os países da periferia os países centrais exigem cada vez mais um acréscimo na produção de bens que eles necessitam (matérias primas), nisto cresce o nível de produção destes bens, aumentando a oferta no mercado internacional, o que faz com que os preços dos produtos baixam cada vez mais devido ao excesso de oferta.

Tratando-se de bens manufaturados pelo bloco do primeiro mundo, independentemente da oferta os bens são cada vez mais caros, ou sofrem baixas insignificativas, nisto justificam inúmeras razões para que estes continuem cada vez mais caros.

Concluindo as teorias de Raul Prebisch e da escola Cepalina são teorias que aplicáveis ou possíveis de serem implementadas e adaptadas no contexto econômico atual que Angola atravessa, a especialização econômica a que o nosso país se caracterizou criou uma estrutura econômica incapaz de fluir o país para um desenvolvimento qualitativo e bastante dependente e ditado nas transações internacionais comerciais diversas.

2 comentários:

Eileen disse...

Gostei desse artigo, me ajudou a entender em resumo a visão do Raul Prebisch que até então não tinha entendido!

julio cezar rodrigues eloi disse...

Muito bom esse artigo. Aqui no Brasil, estudando Ciências Econômicas na UFABC, percebo que a ideia da substituição de importações (temporária), aliada a investimentos em Ciência, Tecnologia & Inovação, podem em muito impulsionar uma economia especializada em matérias-primas de baixo valor agregado.