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Um espaço de análise econômica, antropológica e social

terça-feira, 8 de junho de 2010

A Luta por uma sociedade igualitária

O capitalismo provocou uma mudança antropológica profunda para toda humanidade catalisando a destruição de muitas culturas sociais e a modificação radical de muitas outras. Uma das características modificada em geral é a função do ser como trabalhador na sociedade, o modo de vida tradicional dos trabalhadores, recriando o seu estilo de vida e de sobrevivência, passando a sobrevivência a ser o cotidiano de todas estas massas populacionais.

Quando o capitalismo se proliferava no século XVIII, a única saída de sobrevivência para os trabalhadores passaram a ser os empregos nas fabricas; nota que naquela altura as condições de trabalho eram precárias, e o salário era uma miséria.

O nível de desemprego era muito alto e as mudanças tecnológicas desempregavam muita gente.

Vários grupos de trabalhadores organizavam varias revoltas e manifestações. Nos anos de 1790 estas revoltas tornaram-se mais freqüentes, temendo com a situação os capitalistas criaram em 1799 a lei da reunião.

Os capitalistas faziam de tudo para desmembrar células de sindicados, na verdade ate hoje fazem, recorrendo a métodos como expulsão, ou mesmo cadeia aos lideres sindicalistas sob acusações falsas, talvez estes métodos hoje não são mais usados.

Os trabalhadores mais tarde manifestavam-se destruindo maquinas em rebeliões constantes que duraram ate a metade do século 19. Sempre que penso neste cenário inevitavelmente efetuo uma coligação da realidade daqueles trabalhadores com os militantes do movimento sem terra do Brasil, em plenas incursões de manifestação e destruição de fazendas, incentivados freneticamente por idealistas ativistas.

No passado, precisamente nos meados do século 19 começaram a surgir idealistas que apelavam para os trabalhadores que a destruição das maquinas não os levaria a lado algum e que o real problema estava no sistema, penso que a situação não se difere da de hoje, exceto pelos ativistas idealistas.

Destacou-se entre tantos o capitalista humanista Robert Owen que incentivava os capitalistas a melhorarem as condições de trabalho dos funcionários. Ele apresentou um sistema alternativo como solução para os dilemas dos trabalhadores. Chegou mesmo a implementar este sistema em suas fabricas como exemplo da funcionalidade do que ele pregava.

As suas idéias tornarem-se muito influentes no movimento trabalhista inglês.
Thompson aprofundou ainda mais a sua abordagem diante do novo cotidiano , para Thompson a distribuição de riqueza era o determinante mais importante do grau de prazer e de felicidade que poderia ser atingido pelos vários membros da sociedade.
Também acreditava que a medida que a riqueza de uma pessoa fosse aumentando aumentos desiguais de riqueza resultariam em menos aumento de prazer. Alem do mais achava que se todo o membro da sociedade fosse tratado de igual modo teriam mesma capacidade de sentir prazer e felicidade.

Thompson defendia que não era somente o trabalho que criava riqueza e que a quantidade de trabalho incorporada a uma mercadoria era o principal determinante do valor de uma mercadoria.

Para ele o trabalho era o único gerador de riqueza. E não haveria riqueza sem trabalho. Baseando-se no utilitarismo Thompson acreditava que a distribuição da riqueza seria o ápice da satisfação do prazer de toda a sociedade, e que a igualdade seria o padrão que traria o prazer (satisfação) para todos os membros da sociedade. Quanto a apropriação de terras, ou seja de toda a riqueza natural, uma vez que não existe esforço humano para que ele seja produzido a distribuição deve ser igualitária com regra de justiça.Todo produto proveniente da natureza sem o esforço do homem (trabalho) a distribuição deste seria livre, mas de forma igualitária.

Argumentava também que o capitalismo era inevitavelmente um sistema de exploração, degradação, instabilidade, sofrimento, e extremos grotescos de renda e riqueza, rótulos s presentes até nos nossos dias. E o utilitarismo sempre levaria um pesquisador a mesma conclusão. Deste modo ele aceitava todos os argumentos utilitaristas usados para justificar, do ponto de vista moral, o capitalismo concorrencial e de livre mercado.

Thompson chegou a conclusão que uma sociedade justa de troca e concorrência seria uma sociedade em que todos os produtos do trabalho devia ser destinado aos seus produtores. Para um mercado realmente livre seria necessário que todos os trabalhadores teriam seu próprio capital e que o mercado fosse completamente livre.

O primeiro aspecto susceptível a critica na teoria de Thompson é que ele utiliza a dor e o prazer como critério de avaliar o bem estar social, o prazer e a dor são subjetivos.

Mesmo que todos sejam tratados de igual modo como ele defende, a experiência que leva a dor ou ao prazer é individual para cada pessoa. Não ser que exista um senso de experiências que levam ao prazer, o que é improvável para a natureza humana; Quando Thompson afirma que a distribuição igualitária de renda traria prazer a todos, significaria ter de se comparar individualmente na sociedade todas as capacidades pessoais privadas e subjetivas dos indivíduos sentirem prazer. Quanto ao mercado livre proposto Thompson temos de ter em conta que o capitalismo é naturalmente competitivo e segundo Schumpeter inovação destruidora não é estável, desequilibra, o mercado; a justificativa de da proposta de um mercado livre de Thompson era o fato de que a classe trabalhadora não tem a liberdade da troca (mão de obra),deste modo esta classe é corrompida ou pressionada a vender o seu trabalho para sobreviver . por isto seria necessário a eliminação de alguns males para que o mercado funcionasse em livre concorrência no caso , a rivalidade, a opressão das classes, a instabilidade econômica do mercado, a insegurança do mercado, e a previdência social entre outros arranjos. A rivalidade (que inevitavelmente existe no mercado livre) seria um sentimento contra o utilitarismo que degradava a sociedade e traria situações de pouco prazer para o homem.

Por isto ele era formulou a idéia de criação de cooperativas, como uma maneira de produzir onde a livre concorrência e a distribuição de riqueza seriam a sina da produção.
Hoje temos
visto o cooperativismo emergindo do mercado e formando grandes sociedades ou aglomerados de sociedades que tem como foco principal dos seus meios de produção a igualdade e o utilitarismo.

Um comentário:

Anônimo disse...

muito obrigado ajudou muito sqn!